terça-feira, 31 de maio de 2011

Dilma e Mujica acertam cooperação em infraestrutura e tecnologia

Agência Brasil

A intensificação da cooperação entre o Brasil e o Uruguai nas áreas de infraestrrutura e tecnologia foi a tônica da visita da presidenta Dilma Rousseff, ao Uruguai, nesta segunda-feira (30).
Ao lado do presidente José Mujica, Dilma afirmou que até o final do ano serão concluídos dois trechos da ferrovia que liga os dois países. "Ainda em 2011 deveremos reativar a conexão ferroviária que liga o Brasil ao Uruguai", disse a presidenta em declaração conjunta com o presidente uruguaio.
Os trechos a serem reativados ligam as cidades gaúchas Cacequi e Santana do Livramento que fica na fronteira com o Uruguai. "Esses trechos da ferrovia estarão prontos até o final do ano de 2011", garantiu a presidenta.
O Brasil é o principal destino das exportações uruguaias e também o principal fornecedor do país vizinho. Na declaração, Dilma enfatizou a necessidade de ampliar as trocas comerciais e ressaltou que o Mercosul foi fundamental para que o cone sul tivesse um crescimento acima das taxas mundiais nos últimos anos.
"Nós estamos comemorando 20 anos de existência do Mercosul. Consideramos que somos uma das regiões que mais cresceram no mundo e o papel do Mercosul nesse quadro ganha destaque", disse Dilma.
Em 2010, o intercâmbio bilateral ultrapassou US$ 3 bilhões, o que representou um aumento de 19,4% em relação ao ano anterior. O comércio foi equilibrado, com aproximadamente US$ 1,5 bilhão tanto de exportações quanto de importações provenientes do Uruguai.
Dilma ainda ressaltou a necessidade de afirmação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e de uma cultura de estabilidade democrática nos países da América do Sul. "Nós conseguimos uma grande integração no marco da Unasul, uma integração regional, pró-paz e que garante estabilidade e segurança para a América do Sul. Coincidimos na visão de um mundo multipolar, inclusivo, na qual a responsabilidade dos Estados grandes ou pequenos, seja determinada pela contribuição à paz, ao diálogo e não na sua capacidade de afirmação pela força ou pela ameaça do uso da força", declarou a presidenta.
Além da construção da ferrovia, Dilma também disse que o governo apoiará outros projetos de integração com o Uruguai. "Seguiremos adiante com os grandes projetos de integração física, basicamente integração logística e energética fundamentais para o desenvolvimento da região".
Entre os projetos está a construção de uma segunda ponte sobre o Rio Jaguarão, trabalhos de dragagem, sinalização e balizamento para a implantação de 1,2 mil quilômetros de hidrovia ligando os dois países. A hidrovia, de acordo com a presidenta, ligará a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos.
Para a integração no setor de energia elétrica, Dilma defendeu a criação de um novo marco jurídico para reger a relação entre os dois países. "Vamos criar também um marco jurídico adequado para o aumento do intercâmbio de energia elétrica. Esse marco tem uma característica de tentar uma relação estruturante, a longo prazo, entre o Brasil e o Uruguai no quadro de energia elétrica e ao mesmo tempo vamos resolver nosso problema de curto prazo, assegurando ao Uruguai a segurança de que o Brasil pode fornecer na área energética".
O Uruguai compra energia brasileira. Um dos projetos anunciados por Dilma é a construção de uma linha de transmissão de 500 quilovolts (kV) que vai interligar o Brasil com o Uruguai. Essa linha, que segundo Dilma ficará pronta no próximo ano, interligará Candiota, no Rio Grande do Sul, a San Carlos, cidade próxima a Montevidéu. O projeto será desenvolvido pela Eletrobras em conjunto com a UTE, uma empresa uruguaia.
A cooperação na área de tecnologia, de acordo com a presidenta, também foi uma prioridade da visita. "O presidente Mujica e eu decidimos também expandir os horizontes temáticos de nossa agenda bilateral, criamos um mecanismo novo para coordenar os esforços de cooperação no campo da ciência e da tecnologia. Vamos apoiar projetos de desenvolvimento conjunto nos campos da biotecnologia, da nanotecnologia, de tecnologia da informação".

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dilma visita Uruguai entre temores de dependência ao Brasil

Depois de quatro adiamentos, a presidente Dilma Rousseff desembarca nesta segunda-feira no Uruguai.        A chegada da mandatária à capital do país está prevista para às 11h30.

A estada de cinco horas está sendo aguardada com expectativa especialmente por parte do empresariado local - preocupado com a inclusão, por parte do Brasil, de produtos uruguaios no sistema de licenças não automáticas de importação - e será acompanhada com atenção por toda a sociedade do país, já que o Brasil é hoje o principal mercado das exportações nacionais e também o principal fornecedor de produtos ao Uruguai.

Segundo o governo brasileiro, em 2010 o intercâmbio bilateral ultrapassou os US$ 3 bilhões, o que representou um aumento de 19,4% em relação ao ano anterior e uma relação comercial equilibrada, com aproximadamente o mesmo valor de US$ 1,5 bilhão tanto de exportações para o Uruguai quanto de importações oriundas do país vizinho.

Os primeiros eventos oficiais de Dilma serão uma visita ao Laboratório Tecnológico do Uruguai, ao meio-dia, e na sequência uma reunião com o presidente José "Pepe" Mujica. Às 14h15, participa de almoço oferecido pelo uruguaio e, duas horas depois, embarca de volta a Brasília.

'Brasil-dependência'
Durante a visita, Dilma discutirá várias iniciativas que visam reduzir a insatisfação entre alguns setores da população uruguaia com a ofensiva de empresários brasileiros no mercado local nos últimos anos e o crescente atrelamento do Uruguai à economia verde-amarela, um fenômeno que já foi apelidado de "Brasil-dependência".

Sobre a mesa de reuniões estarão temas como a integração entre o norte do Uruguai e o sul do Rio Grande do Sul, com a construção de uma nova ponte sobre rio Jaguarão, a implantação de uma hidrovia entre os dois países, a reativação de uma linha férrea entre Livramento e Cacequi e a construção de uma linha elétrica que una os dois países, iniciativas que, segundo o Itamaraty, receberão "atenção prioritária" por parte dos mandatários.

Outro setor a ser dinamizado será a cooperação em tecnologia e inovação. Entre os projetos incluídos nos acordos e memorandos de entendimento a serem assinados está a instalação de laboratórios de conteúdos de TV digital e aplicações interativas no Uruguai.

Nesse aspecto, a visita será pautada por uma decisão de Mujica no ano passado, quando ele anulou decisão de seu antecessor, Tabaré Vázquez, e optou pelo sistema nipo-brasileiro de TV digital.

Segundo uma fonte do Itamaraty, o governo brasileiro pretende manifestar seu apreço pela decisão do vizinho por meio de cooperação também nas áreas de saúde, segurança, ciência e educação.

O comércio de arroz é outro tema que deverá pautar o encontro entre Dilma e Mujica. Nas últimas semanas, produtores do grão fecharam ponte que liga o Rio Grande do Sul à Argentina para protestar contra o ingresso do produto de países do Mercosul, o que, segundo eles, está barateando excessivamente o arroz nacional.

O Brasil tenta negociar com o Uruguai a venda de parte do excedente do arroz uruguaio para países de fora do Mercosul, a fim de proteger os produtores brasileiros.

Reencontro com o passado
A chegada de Dilma Rouseff ao Uruguai marca ainda o reencontro da mandatária com uma parte de seu passado. Além de compartilhar com Mujica o fato de haver combatido a ditadura militar a partir de movimentos de esquerda - o presidente uruguaio foi um dos líderes da organização guerrilheira Tupamaros -, a presidente esteve no Uruguai para receber um "treinamento de inteligência", segundo comentou.

Em entrevista publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo" no ano passado, Dilma contou um pouco como eram os exercícios praticados no país de Mujica.

"Geralmente a gente fazia numa fazenda. Era mais seguro fazer na fronteira. Ia pouca gente. Na minha vez foram cinco ou seis pessoas. Nunca tive pontaria, mas pegava bem. Era uma ótima limpadora. O meu treinamento foi muito simplório. Não se atirava muito. Montava-se e desmontava-se [armas]. Também [havia treinamento] de segurança. Você olha como é que faz para não ser seguido."
Talvez por conta desse histórico comum, o presidente uruguaio tenha declarado à BBC Brasil, também em 2010, que estava gostando "das mulheres no poder", quando perguntado sobre as eleições presidenciais brasileiras que aconteceriam em outubro. Agora vitoriosa, a preferida de Mujica volta ao Uruguai.

* Colaborou João Fellet, de Brasília

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domingo, 29 de maio de 2011

Ex-generais da ditadura argentina condenados à prisão perpétua

Militares violaram os direitos humanos na província de Tucumán e perderam direito de receber a aposentadoria


BUENOS AIRES - Os ex-generais argentinos Antonio Bussi e Luciano Menéndez foram dispensados do Exército para cumprirem a pena de prisão perpétua à qual foram condenados por cometer crimes contra a humanidade, informou neste sábado (28) o Ministério da Defesa do país.

A resolução que dispõe da dispensa dos dois ex-generais de divisão, condenados por violação dos direitos humanos na província de Tucumán durante o período da ditadura (1976-1983), foram assinadas por Arturo Puricelli, ministro da Defesa. A baixa acarreta na perda do direito de ambos receberem a aposentadoria.

Menéndez, de 83 anos, e Bussi, de 85, foram condenados em agosto de 2008 como co-autores do sequestro, tortura e assassinato do senador peronista Guillermo Vargas Aignasse, em 1976, em Tucumán.

Eles receberam penas de "prisão perpétua e inabilitação absoluta e perpétua".

Desde a anulação em 2003 das leis de anistia, dezenas de processos relacionados a crimes contra a humanidade estão em curso na Argentina.

Cerca de 30 mil pessoas despareceram durante a ditadura no país, de acordo com números dos organismos humanitários.


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma viaja dia 30 ao Uruguai para tratar de obras de integração


Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
 
Brasília – A execução de obras de infraestrutura que integrem a região norte do Uruguai com a parte sul do Rio Grande do Sul é um dos assuntos que serão tratados no encontro da presidenta Dilma Rousseff com o colega uruguaio José Mujica. 

A viagem de Dilma para o Uruguai está prevista para o dia 30 de maio.

Entre as obras estão a construção de uma ponte sobre o Rio Jaguarão, a construção de uma ferrovia e a implantação de uma hidrovia entre o Brasil e o Uruguai. De acordo com o Palácio do Planalto, a presidenta Dilma também tratará de acordos de cooperação para a implantação de linhas de transmissão elétrica entre os dois países.

Está prevista ainda a assinatura de acordo de cooperação na área de ciência e tecnologia para a implantação de laboratório de conteúdo de TV digital. 

O Uruguai é um dos países da América Latina que adotaram o padrão brasileiros de TV digital, o chamado padrão nipo-brasileiro.

De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, a presidenta deve viajar no dia 30 de maio pela manhã, com previsão de chegar ao Uruguai ao meio-dia.

Ela almoçará com Mujica e, depois dos compromissos oficiais, retornará ao Brasil.

O comércio entre o Brasil e o Uruguai somou no ano passado R$ 3 bilhões, valor 20% mais alto que o volume comercializado em 2009.
 
Edição: Aécio Amado