segunda-feira, 12 de maio de 2014

José Mujica pede a Obama que EUA melhorem relação com o Brasil

Presidente uruguaio foi recebido por americano na Casa Branca.
Brasil e EUA tiveram laços abalados por escândalo de espionagem.

Da AFP
 
 
Obama e Mujica conversam com a imprensa antes de reunião na Sala Oval da Casa Branca (Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)Obama e Mujica conversam com a imprensa
antes de reunião na Sala Oval da Casa Branca
(Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)
O presidente do Uruguai, José Mujica, pediu nesta segunda-feira (12) a seu colega americano, Barack Obama, que melhore as relações com o Brasil, defendendo que é do interesse de toda a região.
"Pedi a ele que tente melhorar as relações, com um grande respeito, com um país fundamental da América Latina, que se chama Brasil", disse Mujica, durante entrevista coletiva depois de encontro bilateral na Casa Branca, em Washington.
Mujica não revelou a reação de Obama a seu pedido.
As relações Brasil-Estados Unidos sofreram um afastamento em 2013, depois das revelações de que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) havia interceptado comunicações pessoais eletrônicas da presidente Dilma Rousseff.
O escândalo motivou a suspensão de uma esperada visita de Estado que Dilma faria a Washington em outubro do ano passado.
Desde então, o Departamento de Estado americano e o Itamaraty tentam aparar as arestas e o mal-estar gerado pelo escândalo para recompor o diálogo político e diplomático entre os dois países.
Na semana passada, a subsecretária de Estado americana para a América Latina, Roberta Jacobson, disse à imprensa que as relações bilaterais "estão melhorando". Segundo ela, essa tendência ficará mais clara após a eleição presidencial no Brasil.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, virá ao Brasil para assistir à estreia da seleção americana na Copa do Mundo em 16 de junho e, no dia seguinte, vai se reunir com Dilma em Brasília.

domingo, 4 de maio de 2014

Uruguaios fazem marcha para comemorar legalização da maconha

País regulamentou lei que legaliza droga no país na sexta-feira (2).
Em praça de Montevidéu, uruguaios festejaram 'exemplo de liberdade pública'.

Da EFE

Jovem mostra a camiste com o rsoto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha. (Foto: Matilde Campodonico/AP)
 
Jovem mostra a camiseta com o rosto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha. (Foto: Matilde Campodonico/AP)
 
Ativistas, consumidores e amigos da causa pela legalização da maconha no Uruguai fizeram neste sábado (3) uma marcha em comemoração à regulação da maconha no país, exibindo seus primeiros cigarros de maconha "liberada".
O evento ocorre apenas um dia depois que o Governo apresentou a regulação da lei que legalizou sua produção e venda no país, na sexta.
Centenas de pessoas se reuniram em um parque da capital uruguaia para festejar com música, comida e muita maconha a regulação e o "exemplo" que seu país pode dar ao mundo quanto a liberdades públicas.
Jovem fuma um cigarro de maconha em parque de Montevidéu na marcha de comemoração. (Foto: Matilde Campodonico/AP)Jovem fuma cigarro de maconha em Montevidéu,
na marcha de comemoração à legalização.
(Foto: Matilde Campodonico/AP)
"Parece-me que humildemente que o Uruguai pode ser um exemplo a seguir para o resto do mundo, e mostrar que se pode ter certa liberdade e que a sociedade pode conduzir as coisas bem. E que não tem que haver proibições sobre algo que não é tão nocivo nem prejudicial como querem fazer parecer", disse o músico Enzo Broglia, cuja banda Reytoro foi uma das que animou o encontro.
A mobilização aconteceu no marco da "Marcha Global pela Maconha", um evento simultâneo em 300 cidades de todo o mundo para pedir a legalização desta droga e que, no Uruguai, se transformou na primeira Marcha Mundial da Maconha Regularizada.
Broglia disse que, como ativista, a regularização do mercado da maconha em seu país "é um triunfo" não só para o Uruguai mas para todo o mundo, que mostra, além disso, que a "sociedade vai mudando" e aprendendo a "desfrutar da liberdade".
Do mesmo modo se expressou Federico Marín, porta-voz do Movimento pela Liberalização da Cannabis, entidade organizadora do encontro, que ressaltou a "vitória" do Uruguai na "guerra ao narcotráfico".
"Ainda resta muito a fazer, mas aqui hoje a maconha é legal e nos cabe agora fazer com que funcione. Esta gente está vindo aqui com a primeira maconha que cultivaram legalmente. E isso diretamente repercute no narcotráfico. Cada flor que cresce em uma varanda, são dólares menos que repercutem no narcotráfico", declarou Marín.
Neste sentido, o ativista se referiu à direção assinalada na regulamentação da lei que legalizou a compra e venda da maconha, a qual estabelece um preço de entre 20 e 22 pesos por grama (pouco menos de um dólar) para a venda legal da droga em farmácias.
"Primeiro, agora podemos produzir pessoalmente nossa própria maconha sem financiar o crime organizado. E segundo, o dinheiro que será pago nas farmácias, que é o mesmo que se paga pela maconha ilegal, irá para o Estado para oferecer serviços e informação aos viciados em qualquer substância", acrescentou Marín.

Lei uruguaia
A legislação uruguaia, aprovada no mês passado de dezembro pelo parlamento e cuja regulamentação, que entrará em vigor na próxima terça-feira, foi divulgada na sexta-feira pelo governo, estabelece três formas legais para ter acesso à maconha: a produção doméstica de até seis plantas por casa, se tornar sócio de um clube de cultivo ou comprá-la em farmácias autorizadas.

Para usar essas opções, os usuários deverão escolher uma delas e se inscrever no cartório correspondente. Tudo será controlado pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis.
Enquanto os participantes do evento desfrutavam de sua maconha, as autoridades instalaram uma tenda do programa "Com o máximo cuidado", uma iniciativa da Junta Nacional de Drogas (JND), uma ONG e a secretaria da juventude da Intendência Municipal de Montevidéu para alertar sobre os perigos do uso de drogas.
Victoria González, socióloga da JND, explicou que o tempo todo do desenvolvimento desta inovadora legislação as autoridades uruguaias estão insistindo em que todas as drogas são perigosas e que o objetivo é informar sobre o consumo responsável.
"O Uruguai está na luta contra a incoerência de quem, no uso de seus direitos, decidia consumir, mas por isso devia se vincular a um mercado sem garantias de saúde pública. E também, de forma paralela, mostrar que o consumo de drogas tem riscos. Todo consumo. Por isso estamos aqui", concluiu.

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