domingo, 22 de abril de 2012


Cristina Kirchner recupera a YPF e a alma argentina (Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre)



Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre
        O “O Globo” e o “Jornal Nacional” da TV Globo estão apopléticos e babam de raiva. A fúria retrata as suas manchetes, que, se fossem canhões, bombardeariam a Casa Rosada de onde governa a Argentina a presidenta trabalhista Cristina Kirchner, que enviou mensagem, projeto de lei ao Congresso, que trata da nacionalização, da estatização da petroleira YPF, que foi privatizada pelo governo do presidente neoliberal Carlos Menem, que deixou um país importante como a Argentina sem o comando da sua indústria de petróleo. Anos depois, em 2001, o mandatário que vendeu seu país ficou em prisão domiciliar durante cinco meses, por ter sido acusado de cometer o crime de tráfico de armas. Oficiais também foram presos.
        O nosso Menem daqui, conhecido pelo nome de Fernando Henrique Cardoso (FHC), privatizou empresas brasileiras da importância e do gigantismo da Telebras e da Vala do Rio Doce. Não satisfeito, tentou privatizar a empresa símbolo do Brasil, a Petrobras, que, para ficar mais palatável, ao gosto dos estrangeiros, houve quem sugerisse mudar o nome da petroleira para Petrobrax, com “X” mesmo, em uma insensatez e indiferença à história do povo brasileiro que se torna difícil acreditar que essa gente colonizada e marqueteira medíocre tenha um dia chegado ao poder — à Presidência da República.
        Contudo, FHC já tinha avisado de suas intenções de realizar aventuras neoliberais. Quando ele se despediu do Senado em 1994, com o propósito de desmontar a Era Vargas, afirmou: “Um pedaço do nosso passado político ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas, ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado Intervencionista”. FHC queria o quê? O País não tinha nada. Era rural. Getúlio remodelou o estado nacional e o organizou. Somente o estado teria e tem (como demonstrou na crise mundial de 2008) condições de fomentar, desenvolver e regular a economia e, por conseguinte, permitir a melhoria da qualidade de vida da população, ainda mais na época de Getúlio Vargas.


Cristina deu uma banana para os espanhóis e outra para a imprensa golpista
        O executor do neoliberalismo no Brasil, o tucano FHC, criticou o legado de Getúlio no Senado, em 1994, como se fosse uma senha. Ele sinalizou aos estadunidenses e europeus, credores históricos, que desmontaria o estado brasileiro, com as vendas das estatais e do fechamento de instituições e órgãos públicos e com isso permitir a diminuição do estado nacional. Estado menor, mais dinheiro para pagar a dívida. Estado fraco significa mais poder para a plutocracia e para o capital predatório. Atitude que os estadunidenses, por não serem entreguistas, não fariam com o estado deles.
        As mesmas estratégias neoliberais e de desmantelamento dos estados nacionais foram colocadas em prática por vários presidentes em diversos países da América Latina no decorrer das décadas de noventa e da primeira década deste século. Os países não suportaram as políticas de diminuição dos estados por meio das privatizações, e seus povos ficaram à míngua, literalmente, porque até o acesso ao emprego foi negado pelas políticas de rapinagem impostas pelos seus governantes, que se alinharam aos ditames do Consenso de Washington de 1989, que disseminou o neoliberalismo (que teve o Chile como cobaia nas décadas de 1970/1980) da primeira ministra britânica, Margaret Thatcher, e seu aliado em espoliações e guerras, o presidente estadunidense, Ronald Reagan.
        Com o fracasso retumbante do neoliberalismo e as seguidas derrotas eleitorais de políticos e partidos que professaram tal sistema econômico na América Latina, além da crise mundial iniciada em 2008, os países que caíram nessa demoníaca armadilha, como o Brasil, passaram, por intermédio de eleições de presidentes de orientação trabalhista como o Lula, a fortalecer o estado, o mercado interno e aumentar os investimentos em educação, saúde, pesquisa, moradia, infraestrutura, e, o mais importante, pagar suas dívidas externas junto ao FMI, ao Bird e com isso se livrar desses órgãos de pirataria internacional, que sempre privilegiaram os interesses dos países ricos e considerados desenvolvidos.
        Nunca mais tivemos de suportar os técnicos do FMI chegarem ao Brasil para fiscalizar nossas contas, além de darem “lições” de como deveríamos proceder. Se eles são tão bons, deveriam ter avisado aos mercados financeiro e imobiliário internacional e aos governantes dos países ricos que, logo, logo, suas economias se derreteriam por causa crise econômica e financeira de 2008. A verdade é que o FMI e o Bird, apesar de serem considerados órgãos multilaterais, não passam, concretamente, de grupos associados de banqueiros que utilizavam esses “fóruns” como tentáculos da agiotagem em âmbito planetário e de espoliação e roubalheira das riquezas dos países pobres e em desenvolvimento. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e até mesmo a industrializada Itália que o digam.

YPF foi vendida por Menem, o FHC de lá, que aqui vendeu a Vale do Rio Doce
        Com o fim da agiotagem explícita e da pilhagem sistemática das nações consideradas de periferia, os países imperialistas e colonizadores tiveram de se reinventar, porque os fluxos de riquezas que chegavam aos seus cofres oriundos dos países pobres e principalmente em desenvolvimento como o Brasil, a Argentina, a Rússia e a China diminuíram, e muito. Uma nova ordem se estabeleceu em âmbito mundial e os países ricos e poderosos tiveram de negociar, porque surgiram novos mercados e fóruns de debate e poder como o Mercosul, os Brics, o G-20, a Unasul, além de blocos econômicos e militares africanos, asiáticos, bem como o crescimento e a força dos países árabes, especificamente do Oriente Médio, que exercitam seu poder de reivindicação, no que concerne à política de enfrentamento de Israel, estado isolado pela comunidade internacional e que depende cada vez mais dos EUA e de poucos países europeus ricos, mas ainda poderosos como a França e a Inglaterra, que enxergam o país hebraico como um enclave militar e geopolítico edificado para defender seus interesses naquela região tão conturbada.
        Esses acontecimentos e as novas realidades mundiais enfraqueceram os países pitbulls. Por isso, forças regionais e emergentes como a Argentina, que tem uma presidenta nacionalista de perfil trabalhista e compromissada com o povo reagem à exploração e à falta de responsabilidade de uma empresa como a Repsol, petroleira espanhola que diminuiu a produção na Argentina e forçou, por anos, o governo a importar grandes volumes de hidrocarbonetos, porque os empresários espanhóis e seus acionistas se recusavam a investir no país, conforme rezam os contratos. Os europeus praticamente realizavam remessas de lucros cada vez maiores, sem agregar pesquisa, tecnologia e, evidentemente, o aumento da produção de combustíveis e outros derivados do petróleo.
        O “O Globo”, o “Jornal Nacional” e os especialistas de prateleira da “Globo News” estão histéricos e inconformados. Os comentários, os editoriais e os artigos são açodados, agressivos, irônicos e até mesmo desrespeitosos em relação à corajosa presidenta trabalhista Cristina Kirchner. Daqui a pouco a Miriam Leitão, o Demétrio Magnoli, o Arnaldo Jabor, o Merval Pereira, o William Wack e os repórteres do “JN” vão invadir a capital argentina, Buenos Aires, e todas as províncias produtoras de petróleo para destituir a presidenta e os governadores e entregar a YPF, que foi alienada pelo vendilhão da pátria, Carlos Menem, aos espanhóis, que apesar de enfrentar uma forte crise econômica e um desemprego que ultrapassa a casa dos 20%, jamais as remessas de lucro milionárias chegaram à mesa do povo espanhol.
        Os proprietários do sistema midiático privado brasileiro não tem jeito. Eles são imperialistas e entreguistas, pois colonizados e com um profundo complexo de vira-lata, o que os despoja de suas responsabilidades e compromissos com o Brasil. Cristina Kirchner e sua equipe não estão nem aí para a Espanha e a União Europeia. Os europeus que se virem e tratem de regular e regulamentar suas economias e parar de viver da exploração do trabalho e da riqueza dos países que outrora foram colonizados por eles. O recado é o seguinte: vão trabalhar sem explorar países e povos. Este recado deveria ser dado pelo Brasil e seu governo trabalhista a Portugal, à Espanha e a empresários brasileiros associados a empresários desses dois países que há anos exploram a telefonia brasileira, sem, no entanto, agregar valores, como pesquisa, tecnologia e a disseminação da banda larga em todo o País.

O Petróleo é nosso! Quando a imprensa ouve tal frase, o ódio a ela invade
        Pelo contrário, ficam a explorar a telefonia brasileira, que é continental, somente em regiões lucrativas, como o sudeste, e se recusam a investir no norte e no nordeste, porque, na verdade, não cumprem contratos e não querem trabalhar, dar duro, mas, sim, usufruir das milionárias remessas de lucro, que, evidentemente, o povo português e o espanhol não se beneficiam, porque somente os ricos acionistas e o governo espanhol e português tem acesso à dinheirama (nova derrama) proporcionada pelo povo trabalhador brasileiro, que há séculos sustenta, com a cumplicidade de maus governantes como o FHC, europeus incompetentes, que na terra deles nunca criaram um sistema de telefonia imenso e complexo como o brasileiro. Somente para citar esse segmento.
        A presidenta trabalhista Dilma Rousseff deveria, sem sombra de dúvida, nacionalizar o que foi construído pelos brasileiros e vendido a preço de banana para estrangeiros espertalhões se locupletarem com o fruto do trabalho e da inteligência de gerações de trabalhadores e técnicos brasileiros. A Telebras e a Embratel deveriam ser nacionalizadas, estatizadas. A Vale do Rio Doce também. Os espanhóis que se virem para recuperar suas economias. Cristina Kirchner recuperou a alma argentina. É isso aí.

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Dilma recebe o presidente do Uruguai no Palácio da Alvorada para reunião de trabalho

Dilma recebe o presidente do Uruguai, José Mujica, no Palácio da Alvorada. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff recebe no Palácio da Alvorada, para uma reunião de trabalho, o presidente do Uruguai, José Mujica. No encontro, os dois presidentes vão repassar os temas prioritários da cooperação bilateral, como a integração física e energética, ciência, tecnologia e inovação, biotecnologia e TV Digital.
O Brasil consolidou-se nos últimos anos como o principal parceiro comercial do Uruguai. Em 2011, o comércio bilateral chegou a mais de US$ 3,9 bilhões, o que representou um aumento 26,4% em relação ao ano anterior.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, em 2011, o Uruguai completou nove anos consecutivos de crescimento. O desemprego chegou a 6% em fevereiro de 2012, um dos mais baixos índices da série histórica, e a pobreza extrema vem sendo reduzida de forma pronunciada no país – de cerca de 5% em 2004 para 1% em 2011.
 

sábado, 7 de abril de 2012

Todos os Jornais Online do Uruguai no Painel do Paim

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O Dia 7 de abril na História do Brasil


História: 7 de abril de 1831


O protesto no campo de Santana (hoje Pça. da República), por Rugendas
Revolta do povo e da tropa nas ruas do Rio obrigam d. Pedro I a abdicar (em favor do filho de 5 anos) e sair do Brasil. Conclui-se a independência de Portugal. Escolhida a Regência Trina Provisória, que pede moderação aos manifestantes. (Vermelhohttp://www.vermelho.org.br/).


Primeiro Reinado
Primeiro ReinadoA História do Primeiro Reinado, resumo, Constituição de 1824, Guerra da Cisplatina, Confederação do Equador, crise do Primeiro Reinado e abdicação de D.Pedro I
Primeiro Reinado, D.Pedro I  D.Pedro I: imperador do Brasil durante o Primeiro Reinado


Introdução

O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.

O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.
Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado

Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembléia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembléia. Alguns deputados foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

Confederação do Equador

As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao governo imperial.

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.

Desgaste e crise do governo de D.Pedro I

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.

Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação
Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.