segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Uruguai-Eleições: Termina apuração; Resultados oficiais confirmam segundo turno
Com os votos emitidos em todas as 6.868 mesas de votação contabilizados, o ex-guerrilheiro tupamaro confirmou os prognósticos, que davam a ele a maioria, mas que indicavam a realização do segundo turno, já que previa-se que ele não conseguiria atingir os mais de 50% dos votos necessários.
Segundo publicou o jornal local El País, com 100% das urnas apuradas, os a Corte Eleitoral aponta que Lacalle foi escolhido por 28,53% do eleitorado, à frente de Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, com 16,66%, e de Pablo Mieres, do Partido Independente, com 2,44%. Outros votos somaram 4,87%.
Com estes dados, ainda de acordo com a mesma publicação, não está definido se a Frente Ampla obteve a maioria no Congresso. Os cenários demonstram que a coalizão governista ficará com 15 cadeiras no Senado, enquanto o Partido nacional terá nove, e os colorados seis. Já na Câmara dos Deputados, a Frente deve perder a maioria, permanecendo com 49 deputados. Os nacionalistas ficarão com 30 cadeiras e os colorados com 18.
Por sua vez, o site do jornal El Observador dá a Mujica 48,16% dos votos contra 28,94% de Lacalle. Bordaberry foi escolhido por 16,90% e Mieres por 2,47%.
Para a Corte Eleitoral, as eleições de ontem foram "muito positivas". "Estamos satisfeitos com o trabalho", disse o magistrado Luis Martínez Zimarioff, que destacou como ponto negativo apenas a demora no processamento dos dados, ocasionada principalmente "por um número importante de erros nas atas" de votação.
"Tivemos também alguns problemas de logísticas", contou Zimarioff à imprensa local, considerando que o pleito ocorreu "com normalidade".
Favorito, segundo as pesquisas de intenção de voto, Mujica, ex-guerrilheiro tupamaro, passou 13 anos preso durante a ditadura militar, que se manteve no poder entre 1973 e 1985. Já no governo de Tabaré Vázquez, foi ministro da Pecuária e atualmente é senador. Seu companheiro de chapa é o ex-ministro da Economia Danilo Astori.
Por sua vez, Lacalle já foi presidente entre 1990 e 1995 e tenta regressar ao cargo. Em segundo lugar, ele aposta na nova votação para tentar virar o jogo. Jorge Larrañaga é seu candidato à vice-presidência.
domingo, 25 de outubro de 2009
Mujica é o vencedor da presidencial uruguaia (boca-de-urna)
Assim, ainda não se sabe se será necessário um segundo turno com o liberal Luis Lacalle, principal adversário der Mujica nesta eleição.
Uruguaios podem eleger ex-guerrilheiro para presidente do país
da France Presse, em Montevidéu
Os uruguaios elegem neste domingo um novo Parlamento e o presidente em uma votação em que o ex-guerrilheiro José "Pepe" Mujica, candidato da coalizão governista de esquerda Frente Ampla (FA), aparece como favorito contra o ex-presidente liberal Luis Lacalle (1990-1995), do Partido Nacional.
Caso os 2.563.397 eleitores registrados não concedam mais de 50% dos votos a um candidato, um segundo turno será celebrado em 29 de novembro.
Além de Mujica e Lacalle, também são candidatos Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador Juan Bordaberry (1973-1976), pelo Partido Colorado (centro-direita), Pablo Mieres pelo Partido Independente (centroesquerda), e Raúl Rodríguez pela Assembleia Popular (esquerda).
As pesquisas atribuem ao ex-guerrilheiro entre 48% e 50% dos votos e ao ex-presidente de 30% a 32%. Bordaberry aparece com entre 14% e 16%; Mieres entre 2,5 e 4%, e a Assembleia Popular junto com votos nulos e em branco fica entre 2,5% e 3%.
Apesar dos números apontarem uma vitória da Frente Ampla, que também almeja a maioria parlamentar, os institutos de pesquisa alertaram para uma margem de erro de 3% e que tecnicamente não é possível descartar outros cenários.
Plebiscitos
Ao mesmo tempo, os eleitores também se pronunciarão em dois plebiscitos: um para anular a Lei de Caducidade, que evitou julgamentos por violações aos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985), e outro sobre o voto dos uruguaios que vivem no exterior.
A iniciativa de anulação da Lei de Caducidade é apresentada como reforma constitucional, depois que organizações sociais e de defesa dos direitos humanos reuniram as assinaturas necessárias, o equivalente a 10% do eleitorado.
A Lei de Caducidade, que obriga os juízes a consultar o Poder Executivo sobre quais casos de violações dos direitos humanos podem ser julgados e quais não, foi aprovada pelo Parlamento em dezembro de 1986 e ratificada em plebiscito em 1989.
Com base nesta lei, durante o governo do atual presidente Tabaré Vázquez foram condenados 10 ex-militares e policiais --incluindo o ex-ditador Gregorio Alvarez (1981-1985)-- a penas de 20 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos. O ex-ditador Bordaberry, pai do atual candidato, foi processado.
A última pesquisa do instituto Factum sobre o plebiscito revelou que 45% dos consultados pretendiam votar pela anulação da Lei, 5% têm a prediposição para fazer o mesmo, mas ainda têm dúvidas, e 17% estão indecisos.
Voto fora do país
Já a reforma constitucional para o voto fora do país, estimulada pela bancada da Frente Ampla, quer dar direito de voto em eleições, plebiscitos ou referéndos a todos os uruguaios, independente do país em que morem ou estejam no momento do pleito.
O Uruguai, com 3,24 milhões de habitantes, tem 500.000 emigrados, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas.
Segundo a última pesquisa da Interconsult, 49% dos eleitores são favoráveis à medida, com 42% contrários e 9% de indecisos.
De acordo com a lei uruguaia, nestes plebiscitos os eleitores devem se pronunciar apenas com o Sim e qualquer voto não emitido a favor é contabilizado como contrário. São necessários mais de 50% dos votos para a aprovação das reformas constitucionais.
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Especial
sábado, 24 de outubro de 2009
Saiba o que está em jogo nas eleições gerais do Uruguai
Enviado especial do UOL Notícias
Em Montevidéu
Neste domingo (25), o Uruguai vai às urnas para eleger um novo presidente, componentes das Câmaras legislativas e integrantes das Juntas Eleitorais, órgão responsável por organizar as eleições. Além disso, os eleitores votam sobre projetos de reforma constitucional - um deles que remexe com as catacumbas da ditadura que governou o país na década de 1970.
O candidato do presidente Tabaré Vázquez, o ex-guerrilheiro José Mujica, da Frente Ampla, aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto e pode triunfar já no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, deve enfrentar o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, do Partido Blanco, de centro-direita.
Raio-X do Uruguai
Saiba o que estará em disputa no país que abriga a sede do Mercosul:
# Eleitores: 2.563.397
# Aptos a votar: maiores de 18 anos
# Tipo de voto: obrigatório, sob pena de multa de 400 pesos uruguaios(cerca de R$ 34) e outras sanções
# Zonas eleitorais: 6.868, sendo 5.747 nas cidades e 1.121 em áreas rurais
# Urnas: 8.868
# Em disputa: Presidência e Vice-Presidência, 30 assentos no Senado, 99 deputados e 5 membros de cada Junta Eleitoral, que é um órgão independente do Judiciário e organiza as eleições do país
# Chapas presidenciais: José "Pepe" Mujica e Danilo Astori (Frente Ampla, centro-esquerda, são os candidatos da situação), Luis Alberto Lacalle e Jorge Larrañaga (Partido Blanco, centro-direita), Pedro Bordaberry e Hugo de León (Partido Colorado, centro), Pablo Mieres e Iván Posada (Partido Independente, centro-esquerda) e Raúl Rodriguez e Delia Villalba (Assembléia Popular, esquerda).
# Particularidade: os candidatos podem disputar mais de um cargo numa mesma eleição, exceto na Junta Eleitoral
# Plebiscitos: eleitores decidem se uruguaios terão direito a votar no exterior e se será anulada ou não a Lei de Prescrição, que evitou investigações sobre crimes supostamente cometidos pela ditadura
# Mobilizados para trabalhar nas eleições: cerca de 50 mil pessoas
# Horário da votação: das 8h às 19h30 de 25 de outubro
# Segundo turno: 29 de novembro
Fonte: Corte Eleitoral do Uruguai
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Congressistas brasileiros no Parlasul discutem crise política em Honduras
Senadores e deputados que integram a representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) estão reunidos na manhã desta segunda-feira (19) em Montevidéu com o embaixador do Brasil junto ao Mercosul e à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), Regis Arslanian, para discutir a situação política em Honduras. Entre os assuntos em pauta consta ainda o fim da dupla cobrança de tarifas no Mercosul.
Em entrevista antes do café da manhã com os parlamentares, Arslanian disse ser difícil a negociação para a eliminação da dupla cobrança, mas fundamental para o Mercosul. Conforme explicou, a busca de entendimento sobre o tema começou em 2004 e a negociação está baseada em três pilares: a elaboração do Código Aduaneiro, que está quase concluída; a interconexão informática de todas as alfândegas do bloco, o que já está pronto; e a redistribuição da renda, ponto sobre o qual ainda não há acordo.