terça-feira, 31 de dezembro de 2013

União autoriza exercício de médicos uruguaios em hospital de Quaraí, RS

Publicação no Diário Oficial confirma registro único a 16 profissionais.
Secretária do município diz que é difícil encontrar médicos brasileiros.

Tatiana Lopes Do G1 RS
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Dezesseis médicos uruguaios ganharão registro único para trabalhar de forma regular na Fundação Hospital de Caridade de Quaraí, município que faz fronteira com o Uruguai no Rio Grande do Sul. A autorização da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde publicou a portaria que autoriza o exercício no Diário Oficial da União.
A Prefeitura de
Quaraí entrou com uma ação na Justiça para regularizar a atuação dos profissionais uruguaios, e a 1ª Vara Federal de Santana do Livramento decidiu conceder o registro único. Agora, a União cumpre a medida.
"É muito difícil conseguir médicos brasileiros aqui no interior, principalmente anestesistas. Lutamos por essa validação há anos", disse ao G1 a secretária da Saúde de Quaraí, Izar Mirailh, na tarde desta terça-feira (31). Ela comemorou a publicação. "Venho conseguindo isso aos poucos. Agora eles vão poder medicar e receitar sem a assinatura de um médico brasileiro. É sempre uma boa notícia".
De acordo com a União, o registro concedido possui caráter provisório e terá validade enquanto vigorar a decisão judicial que lhe determina a expedição. A data não foi especificada.
Os médicos uruguaios que foram autorizados ao exercício regular no hospital não fazem parte do programa Mais Médicos. O município conta com quatro estrangeiros dentro do programa federal.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uruguai aprova a criação do primeiro mercado estatal de maconha

Governo vai dar licenças para o cultivo e venda de maconha em farmácias.
A droga deve chegar ao comércio entre agosto e outubro do próximo ano.



Delis Ortiz Buenos Aires, Argentina

   

O senado do Uruguai aprovou a criação do primeiro mercado estatal de maconha no mundo. O governo uruguaio vai dar licenças para o cultivo e venda de maconha em farmácias.
A maioria dos uruguaios é contra a liberação da maconha, mas já é lei. O governo vai controlar o plantio, a colheita, o preparo e a comercialização da maconha. A regulamentação leva um tempo. A droga deve chegar às farmácias, autorizadas pelo governo, entre agosto e outubro do ano que vem.
Para comprar, é preciso ter mais de 18 anos, ser uruguaio ou residente, e estar cadastrado. O limite é de 40 gramas por mês.

Essa é a porção que Milagros consome.  A uruguaia tem dois filhos pequenos e fuma perto deles. “Meus filhos são maconheiros desde a barriga. Sempre fumei. Não é o melhor nem o mais aconselhável”.

Até a aprovação da lei, plantar maconha no Uruguai era crime, mas alguns plantavam no fundo do quintal. Mesmo sabendo que as autoridades faziam vistas grossas, as pessoas cuidavam para camuflar o plantio e a ilegalidade.

Foram esses cultivadores que mais pressionaram para a aprovação da lei. Clubes e usuários poderão cultivar maconha no limite de seis plantas por residência e até 99 para grupos de até 45 pessoas.

O governo aposta em uma redução do narcotráfico. O secretário da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada, diz que já há dez empresas interessadas na produção em grande escala. A meta é de cinco toneladas no primeiro ano.

Essa quantidade é exclusiva para o mercado interno e o governo diz que não vai permitir que a produção saia do país. Se vai dar certo ninguém garante, “é um experimento”, reconhece ele. “Temos que ter a visão ampla o suficiente para estar abertos a modificar o que estamos fazendo”.

 
 

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sábado, 28 de setembro de 2013

Mujica critica sociedade capitalista em discurso na ONU
Uruguaio criticou altos gastos dos países com armamentos - autor: Agência Efe
Uruguaio criticou altos gastos dos países com armamentos - autor: Agência Efe
O presidente do Uruguai, José Mujica, criticou duramente o consumismo durante seu discurso na 68º Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (24/09). “O deus mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos frustração, pobreza e autoexclusão”, afirmou.

No discurso, que durou 40 minutos, ele também elogiou a utopia “de seu tempo”, mencionou sua luta pelo antigo sonho de uma “sociedade libertária e sem classes” e destacou a importância da ONU, que se traduz para ele um “sonho de paz para a humanidade”.

Aos jornais uruguaios, Mujica prometeu um “discurso exótico” e fugiu do protocolo ao dizer que “tem angústia pelo futuro” e que nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”. “Sou do Sul (...) e carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância”.

A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”. No mesmo tom, ressaltou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: “o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. Nossa civilização montou um desafio mentiroso”.

Para o presidente, o atual modelo de civilização “é contra os ciclos naturais, contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e a família transcendem”. “Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano”.

Paz e guerra

“A cada 2 minutos se gastam dois milhões de dólares em insumos militares. As pesquisas médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares”, criticou o presidente ao sustentar que ainda estamos na pré-história: “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história”, defendeu.

Assim, criamos “este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garantam a paz”. Ao invés disso, “bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade”.
O uruguaio também abordou a debilidade da ONU, que “se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta”.

“Nosso pequeno país tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos”. Dizemos com conhecimento de causa, garantiu o mandatário, que “estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida”. Para isso é “preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida”.

“Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós” e concluiu: “a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.

*com Vanessa Silva, do Portal Vermelho

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Jornais do Uruguay no Painnel do Paim


terça-feira, 18 de junho de 2013

João Vicente Goulart : “Estamos contando para as novas gerações”

Uma aula de história foi dada por quem viveu de perto o golpe militar e sofreu na própria família os reflexos da ditadura no Brasil. João Vicente Goulart tinha apenas sete anos quando acabou exilado ao ser deposto o pai, o ex-presidente João Belchior Marques Goulart, popularmente, Jango. Um pouco das entrelinhas que os ditadores não contaram foi apresentado por ele na abertura da exposição "Ditadura no Brasil 1964-1985" em Içara (SC) no início deste mês.

"A Comissão da verdade nada mais é do que a restauração da verdade. Não conseguimos sequer punir. Estamos contando para as novas gerações", aponta como interessado nas investigações. "Meu pai já dizia que o exílio é uma invenção do demônio, pois mata as pessoas enquanto se está vivo. O Jango era um brasileiro, presidente eleito, constitucional, derrubado por um golpe de estado e morava do outro lado da fronteira. Muitas pessoas que estavam no Uruguai o viam de longe, mas não se aproximavam com medo de serem presos na fronteira. Ou seja, de uma hora para outra você se transforma em um zumbi", relembra.

Apesar dos crimes não serem mais passíveis de punição no Brasil, há peças neste quebra-cabeças que poderão ser utilizadas em processos, por exemplo, na Argentina. Um dos pontos a serem esclarecidos é a própria morte de Jango. A exumação do corpo vai apontar se a causa foi natural ou se ocorreu envenenamento. Para isso participarão peritos da Polícia Federal do Brasil e de outros países já que a Operação Condor investigava o ex-presidente através de agentes também na Argentina e Uruguai.

Na avaliação de João Vicente, a inexistência de penas para os torturadores daquela época gera ainda consequentes reflexos no país. "A tortura continua. Não é só a perseguição dos políticos. Não foram punidos aqueles que torturaram e a polícia assimilou este tipo de trabalho, que é a discriminação do favelado", aponta. Além da caça dos militares, ele também exalta a perseguição da mídia. Em quase um ano, mais de 230 filmetes foram produzidos contra o governo de Jango.

“Usaram o poder da imprensa para derrubar a Constituição. Uma coisa é a liberdade. Outra é a libertinagem. Acho que não é preciso fazer regulamentação da lei. Mas temos que apressar a responsabilidade de quem mente”, sublinha. “Particularmente sou contra qualquer tipo de controle da mídia”, também garante. Ele ainda defende o Jornalismo como ferramenta para denunciar as irregularidades principalmente pela Internet. “No Regime Militar também existia corrupção, mas nunca aparecia”, coloca.

PRAÇAS E LOGRADOUROS - Em coletiva de imprensa na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, João Vicente se manifestou também sobre o processo de mudança em locais públicos cujas nomenclaturas fazem referências a ditadores. Em Içara, a discussão ocorre quanto a Praça Castelo Branco. A proposta para ser homenageado então João Goulart foi acelerada pela visita do filho de Jango. "A homenagem em ruas, logradouros e praças deve ser de origem popular. Acho que cada mudança dessas deveria ocorrer um pequeno plebiscito para saber se isto é a vontade da população. O que penso é na importância da comunidade saber quem é Castelo Branco e quem é João Goulart", pontua

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Guerra às drogas: ONG propõe que Mujica seja indicado ao Nobel da Paz

O presidente uruguaio  enviou projeto de lei para regular o consumo de maconha ao Congresso em abril deste ano | Foto: Presidencia de la República del Ecuador/Flickr
O presidente uruguaio enviou projeto de lei para regular o consumo de maconha ao Congresso em abril deste ano | Foto: Presidencia de la República del Ecuador/Flickr
Uma organização não-governamental holandesa acredita que o presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, deve concorrer ao Prêmio Nobel da Paz. A entidade Drugs Peace Institute lançou uma campanha para apoiar a indicação do líder uruguaio por sua iniciativa de outorgar ao Estado o controle da produção, distribuição e comercialização de maconha para lutar contra o tráfico de drogas.
A ideia foi transmitida aos partidários de Mujica no Uruguai pelo presidente da ONG, Frans Bronkhorst. Em comunicado na imprensa, ele afirmou que Mujica deve ser reconhecido por “substituir a chamada guerra às drogas pela paz das drogas”. “Mujica é o primeiro presidente que propôs acabar com essa guerra que não serve a ninguém, só aos interesses obscuros”, explicou.
No projeto de lei enviado ao parlamento, o Estado se tornaria responsável pelo “controle e regulação das atividades de importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de cannabis e seus derivados”. A proposta deve ser discutida em junho.
A ONG Drugs Peace Institute aparece em uma lista da Organização das Nações Unidas (ONU) como uma entidade que trabalha “pelo aumento da conscientização dos usuários de drogas sobre a qualidade dos produtos que consomem” e pela integração na sociedade