terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uruguai aprova a criação do primeiro mercado estatal de maconha

Governo vai dar licenças para o cultivo e venda de maconha em farmácias.
A droga deve chegar ao comércio entre agosto e outubro do próximo ano.



Delis Ortiz Buenos Aires, Argentina

   

O senado do Uruguai aprovou a criação do primeiro mercado estatal de maconha no mundo. O governo uruguaio vai dar licenças para o cultivo e venda de maconha em farmácias.
A maioria dos uruguaios é contra a liberação da maconha, mas já é lei. O governo vai controlar o plantio, a colheita, o preparo e a comercialização da maconha. A regulamentação leva um tempo. A droga deve chegar às farmácias, autorizadas pelo governo, entre agosto e outubro do ano que vem.
Para comprar, é preciso ter mais de 18 anos, ser uruguaio ou residente, e estar cadastrado. O limite é de 40 gramas por mês.

Essa é a porção que Milagros consome.  A uruguaia tem dois filhos pequenos e fuma perto deles. “Meus filhos são maconheiros desde a barriga. Sempre fumei. Não é o melhor nem o mais aconselhável”.

Até a aprovação da lei, plantar maconha no Uruguai era crime, mas alguns plantavam no fundo do quintal. Mesmo sabendo que as autoridades faziam vistas grossas, as pessoas cuidavam para camuflar o plantio e a ilegalidade.

Foram esses cultivadores que mais pressionaram para a aprovação da lei. Clubes e usuários poderão cultivar maconha no limite de seis plantas por residência e até 99 para grupos de até 45 pessoas.

O governo aposta em uma redução do narcotráfico. O secretário da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada, diz que já há dez empresas interessadas na produção em grande escala. A meta é de cinco toneladas no primeiro ano.

Essa quantidade é exclusiva para o mercado interno e o governo diz que não vai permitir que a produção saia do país. Se vai dar certo ninguém garante, “é um experimento”, reconhece ele. “Temos que ter a visão ampla o suficiente para estar abertos a modificar o que estamos fazendo”.

 
 

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