domingo, 29 de novembro de 2009

Uruguai foi Província do Brasil no século 19; saiba mais

da Folha Online

Os uruguaios vão às urnas neste domingo no segundo turno das eleições presidenciais no país. As pesquisas de intenção de voto indicam que o ex-guerrilheiro José Mujica, fã declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como grande favorito, com cerca de sete pontos percentuais de vantagem.

O espanhol Juan Díaz de Solís foi o primeiro europeu a chegar na região uruguaia do Rio da Prata em 1516. Foi o império português, contudo, que estabeleceu controle sobre a região, fundando Colonia, em 1680.

Anos depois, em 1726, a atual capital, Montevidéu, foi fundada pelos espanhóis como um posto militar, retirando os portugueses da região. Diante da posição estratégica, contudo, logo a cidade foi alçada a centro comercial e expandida. Depois de 50 anos, a região fazia parte do vice-reinado do Rio da Prata.

A região conquistou independência da Espanha em 1811, mas foi dominada pelos portugueses dez anos depois e incorporada ao Brasil como Província. Uma revolta contra o domínio em 1825 durou três anos e levou à independência do país em 1828. Anos mais tarde, em 1864, o Uruguai ficou ao lado do Brasil na Guerra do Paraguai, contra o Paraguai e Argentina.

(COMENTÁRIO DO PAINEL DO PAIM: a Argentina formou, com o Brasil e o Uruguai, a Tríplice Alianaça, contra o Paraguai, que lutou sozinho)

Arte/Folha Online
Mapa do Uruguai

Para ver o MAPA, clique no seguinte LINK:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u658608.shtml



A administração do presidente José Pablo Torcuato Batlle Ordóñez, no começo do século 20, estabeleceu as reformas política, social e econômica que transformou o país em um Estado propriamente dito. Já a economia se beneficiou da demanda de matéria-prima durante a Segunda Guerra (1939-1945) e a Guerra das Coreias (1950-1953).

O escritório do presidente foi abolido em 1951 e substituído por um conselho de nove membros. O país adotou uma nova Constituição e restaurou o sistema presidencial em 1966.

A Tupamaros, uma guerrilha marxista violenta lançada no final dos anos 60, levou o Executivo uruguaio a ceder o poder aos militares em 1973. No final do mesmo ano, os rebeldes tinham sido contidos, mas os militares haviam expandido seu poder de forma irrevogável.

O governo civil só foi restaurado em 1985 e o governo foi alternado entre os partidos Colorado e Branco. Os anos 90, com a entrada no Mercosul, o país se beneficiou amplamente com o crescimento econômico.

Em 2004, a Coalizão Frente Ampla (centro-esquerda) ganhou as eleições nacionais que efetivamente encerraram 170 anos de controle político alternado entre os partidos Branco e Colorado. Mujica é o candidato da Frente Ampla.

Saiba mais sobre Uruguai

Nome: República Oriental do Uruguai

Forma de governo: república presidencialista

Divisão: 19 Departamentos

Capital: Montevidéu

Nacionalidade: uruguaia

População: 3.494.382 (estimativa de julho de 2009)

Área: 176.215 km 2

Idioma: espanhol

Moeda: peso uruguaio

Religião: católica, minorias protestantes

Posição no IDH: 50º [o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU mede o desenvolvimento do país com base na expectativa de vida, no nível educacional e na renda per capita. A Noruega lidera a lista e o Brasil está na 75ª posição]

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 32,19 bilhões (estimativa de 2008)

Renda per capita anual: US$ 12.400 (estimativa de 2008)

Com Enciclopédia Britannica e CIA World Factbook

sábado, 28 de novembro de 2009

Ex-guerrilheiro é favorito em 2o turno presidencial no Uruguai

Por Julio Villaverde

MONTEVIDÉU, 28 de novembro (Reuters) - O segundo turno da eleição presidencial do Uruguai ocorre neste domingo, com o ex-guerrilheiro José Mujica como favorito para mais cinco anos no poder da coalizão de esquerda Frente Ampla.

Mujica, de 74 anos, concorre com o ex-presidente conservador Luis Alberto Lacalle, de 68, do Partido Nacional.

Dos 3,3 milhões de habitantes do país, 2,56 milhões estão habilitados a votar.

Cinco pesquisas de intenção de voto apontam uma vitória cômoda para Mujica, colocando-o com 49,1 a 50 por cento dos votos, ante 41 a 42,7 por cento para Lacalle.

"O resultado já está aí", disse o diretor da empresa de pesquisa Interconsult, Juan Carlos Doyenart. Para ele, apenas um imprevisto de enormes proporções mudaria o cenário.

A Frente repetiria a vitória na eleição de 2005, quando o socialista Tabaré Vázquez ganhou a presidência no primeiro turno, acabando com o histórico domínio das correntes políticas tradicionais.

O presidente adotou uma política econômica bem sucedida que protegeu o Uruguai da recessão durante a crise global. Ele tem uma popularidade recorde.

Neste ano, Mujica ganhou o primeiro turno em outubro, mas não obteve a maioria absoluta, levando a eleição para o segundo turno.

Ele, que militou na guerrilha urbana Tupamaros entre o fim da década de 1960 e início da de 1970, prometeu seguir a linha de gestão de Vázquez.

"O mesmo cachorro com a mesma coleira", disse ele nesta semana, com seu linguajar típico.

Mujica disse também que pretende aprofundar os programas dirigidos aos mais pobres e aos pequenos produtores rurais, entre os quais cresceu.

Propietário de uma pequena granja perto de Montevidéu, na qual trabalha assiduamente, Mujica não dá muita atenção a sua apresentação pessoal, como roupas e cabelo, nega-se a usar gravata e tem uma enorme popularidade entre os mais pobres.

Lacalle, advogado e propietário de terras que governou o país entre 1990 e 1995, tentou mudar seu estilo muitas vezes visto como arrogante, apresentando-se aos eleitores usando apenas camisa durante atos públicos.

Reconhecendo a bem-sucedida gestão de Vázquez e seus importantes programas sociais, o candidato opositor prometeu apenas mudanças visando eliminar alguns impostos e melhorar a segurança pública, ponto fraco do governo da Frente.

domingo, 1 de novembro de 2009

Candidatos começam a campanha do segundo turno no Uruguai

da Folha Online

Os candidatos à presidência do Uruguai iniciaram neste final de semana as campanhas para o segundo turno, no dia 29 de novembro.

O ex-guerrilheiro José Mujica, candidato da coalizão de esquerda no poder, a Frente Ampla, ganhou o primeiro turno da eleição presidencial com 47,5% dos votos, mas teve de disputar um segundo turno contra o ex-presidente Lacalle (1990-1995), do opositor Partido Nacional (centro-direita), que teve 28,5% dos votos.

O Partido Colorado, de Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador Juan Bordaberry (1973-1976), ficou com 16,66% e anunciou apoio a Lacalle. O Partido Independente, de Pablo Mieres, teve 2,43% dos votos.

A participação foi de 89,86%.

Mais de 2,5 milhões de eleitores estão aptos a votar para designar o sucessor de Tabaré Vázquez, o primeiro presidente de esquerda da história do Uruguai, que não podia se candidatar novamente.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uruguai-Eleições: Termina apuração; Resultados oficiais confirmam segundo turno

ANSA
MONTEVIDÉU, 26 OUT (ANSA) - Com 100% das urnas apuradas, o candidato da coalizão governista, José Mujica, que obteve 47,49% dos votos nas eleições presidenciais realizadas ontem, enfrentará no próximo dia 29 de novembro o oposicionista Luis Lacalle, do Partido Nacional.

Com os votos emitidos em todas as 6.868 mesas de votação contabilizados, o ex-guerrilheiro tupamaro confirmou os prognósticos, que davam a ele a maioria, mas que indicavam a realização do segundo turno, já que previa-se que ele não conseguiria atingir os mais de 50% dos votos necessários.

Segundo publicou o jornal local El País, com 100% das urnas apuradas, os a Corte Eleitoral aponta que Lacalle foi escolhido por 28,53% do eleitorado, à frente de Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, com 16,66%, e de Pablo Mieres, do Partido Independente, com 2,44%. Outros votos somaram 4,87%.

Com estes dados, ainda de acordo com a mesma publicação, não está definido se a Frente Ampla obteve a maioria no Congresso. Os cenários demonstram que a coalizão governista ficará com 15 cadeiras no Senado, enquanto o Partido nacional terá nove, e os colorados seis. Já na Câmara dos Deputados, a Frente deve perder a maioria, permanecendo com 49 deputados. Os nacionalistas ficarão com 30 cadeiras e os colorados com 18.

Por sua vez, o site do jornal El Observador dá a Mujica 48,16% dos votos contra 28,94% de Lacalle. Bordaberry foi escolhido por 16,90% e Mieres por 2,47%.

Para a Corte Eleitoral, as eleições de ontem foram "muito positivas". "Estamos satisfeitos com o trabalho", disse o magistrado Luis Martínez Zimarioff, que destacou como ponto negativo apenas a demora no processamento dos dados, ocasionada principalmente "por um número importante de erros nas atas" de votação.

"Tivemos também alguns problemas de logísticas", contou Zimarioff à imprensa local, considerando que o pleito ocorreu "com normalidade".

Favorito, segundo as pesquisas de intenção de voto, Mujica, ex-guerrilheiro tupamaro, passou 13 anos preso durante a ditadura militar, que se manteve no poder entre 1973 e 1985. Já no governo de Tabaré Vázquez, foi ministro da Pecuária e atualmente é senador. Seu companheiro de chapa é o ex-ministro da Economia Danilo Astori.

Por sua vez, Lacalle já foi presidente entre 1990 e 1995 e tenta regressar ao cargo. Em segundo lugar, ele aposta na nova votação para tentar virar o jogo. Jorge Larrañaga é seu candidato à vice-presidência.

domingo, 25 de outubro de 2009

Mujica é o vencedor da presidencial uruguaia (boca-de-urna)


MONTEVIDÉU, Uruguai, 25 Out 2009 (AFP) - O ex-guerrilheiro José Mujica venceu neste domingo o primeiro turno da eleição presidencial no Uruguai com cerca de 50% dos votos, segundo as primeiras pesquisas de boca-de-urna divulgadas pela TV.

Assim, ainda não se sabe se será necessário um segundo turno com o liberal Luis Lacalle, principal adversário der Mujica nesta eleição.

Uruguaios podem eleger ex-guerrilheiro para presidente do país

da France Presse, em Montevidéu

Os uruguaios elegem neste domingo um novo Parlamento e o presidente em uma votação em que o ex-guerrilheiro José "Pepe" Mujica, candidato da coalizão governista de esquerda Frente Ampla (FA), aparece como favorito contra o ex-presidente liberal Luis Lacalle (1990-1995), do Partido Nacional.

Caso os 2.563.397 eleitores registrados não concedam mais de 50% dos votos a um candidato, um segundo turno será celebrado em 29 de novembro.

Além de Mujica e Lacalle, também são candidatos Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador Juan Bordaberry (1973-1976), pelo Partido Colorado (centro-direita), Pablo Mieres pelo Partido Independente (centroesquerda), e Raúl Rodríguez pela Assembleia Popular (esquerda).

As pesquisas atribuem ao ex-guerrilheiro entre 48% e 50% dos votos e ao ex-presidente de 30% a 32%. Bordaberry aparece com entre 14% e 16%; Mieres entre 2,5 e 4%, e a Assembleia Popular junto com votos nulos e em branco fica entre 2,5% e 3%.

Apesar dos números apontarem uma vitória da Frente Ampla, que também almeja a maioria parlamentar, os institutos de pesquisa alertaram para uma margem de erro de 3% e que tecnicamente não é possível descartar outros cenários.

Plebiscitos

Ao mesmo tempo, os eleitores também se pronunciarão em dois plebiscitos: um para anular a Lei de Caducidade, que evitou julgamentos por violações aos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985), e outro sobre o voto dos uruguaios que vivem no exterior.

A iniciativa de anulação da Lei de Caducidade é apresentada como reforma constitucional, depois que organizações sociais e de defesa dos direitos humanos reuniram as assinaturas necessárias, o equivalente a 10% do eleitorado.

A Lei de Caducidade, que obriga os juízes a consultar o Poder Executivo sobre quais casos de violações dos direitos humanos podem ser julgados e quais não, foi aprovada pelo Parlamento em dezembro de 1986 e ratificada em plebiscito em 1989.

Com base nesta lei, durante o governo do atual presidente Tabaré Vázquez foram condenados 10 ex-militares e policiais --incluindo o ex-ditador Gregorio Alvarez (1981-1985)-- a penas de 20 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos. O ex-ditador Bordaberry, pai do atual candidato, foi processado.

A última pesquisa do instituto Factum sobre o plebiscito revelou que 45% dos consultados pretendiam votar pela anulação da Lei, 5% têm a prediposição para fazer o mesmo, mas ainda têm dúvidas, e 17% estão indecisos.

Voto fora do país

Já a reforma constitucional para o voto fora do país, estimulada pela bancada da Frente Ampla, quer dar direito de voto em eleições, plebiscitos ou referéndos a todos os uruguaios, independente do país em que morem ou estejam no momento do pleito.

O Uruguai, com 3,24 milhões de habitantes, tem 500.000 emigrados, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas.

Segundo a última pesquisa da Interconsult, 49% dos eleitores são favoráveis à medida, com 42% contrários e 9% de indecisos.

De acordo com a lei uruguaia, nestes plebiscitos os eleitores devem se pronunciar apenas com o Sim e qualquer voto não emitido a favor é contabilizado como contrário. São necessários mais de 50% dos votos para a aprovação das reformas constitucionais.


sábado, 24 de outubro de 2009

Saiba o que está em jogo nas eleições gerais do Uruguai

Maurício Savarese
Enviado especial do UOL Notícias
Em Montevidéu


Neste domingo (25), o Uruguai vai às urnas para eleger um novo presidente, componentes das Câmaras legislativas e integrantes das Juntas Eleitorais, órgão responsável por organizar as eleições. Além disso, os eleitores votam sobre projetos de reforma constitucional - um deles que remexe com as catacumbas da ditadura que governou o país na década de 1970.

O candidato do presidente Tabaré Vázquez, o ex-guerrilheiro José Mujica, da Frente Ampla, aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto e pode triunfar já no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, deve enfrentar o ex-presidente Luis Alberto Lacalle, do Partido Blanco, de centro-direita.

Raio-X do Uruguai

Saiba o que estará em disputa no país que abriga a sede do Mercosul:

# Eleitores: 2.563.397

# Aptos a votar: maiores de 18 anos

# Tipo de voto: obrigatório, sob pena de multa de 400 pesos uruguaios(cerca de R$ 34) e outras sanções

# Zonas eleitorais: 6.868, sendo 5.747 nas cidades e 1.121 em áreas rurais

# Urnas: 8.868

# Em disputa: Presidência e Vice-Presidência, 30 assentos no Senado, 99 deputados e 5 membros de cada Junta Eleitoral, que é um órgão independente do Judiciário e organiza as eleições do país

# Chapas presidenciais: José "Pepe" Mujica e Danilo Astori (Frente Ampla, centro-esquerda, são os candidatos da situação), Luis Alberto Lacalle e Jorge Larrañaga (Partido Blanco, centro-direita), Pedro Bordaberry e Hugo de León (Partido Colorado, centro), Pablo Mieres e Iván Posada (Partido Independente, centro-esquerda) e Raúl Rodriguez e Delia Villalba (Assembléia Popular, esquerda).

# Particularidade: os candidatos podem disputar mais de um cargo numa mesma eleição, exceto na Junta Eleitoral

# Plebiscitos: eleitores decidem se uruguaios terão direito a votar no exterior e se será anulada ou não a Lei de Prescrição, que evitou investigações sobre crimes supostamente cometidos pela ditadura

# Mobilizados para trabalhar nas eleições: cerca de 50 mil pessoas

# Horário da votação: das 8h às 19h30 de 25 de outubro

# Segundo turno: 29 de novembro

Fonte: Corte Eleitoral do Uruguai

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Congressistas brasileiros no Parlasul discutem crise política em Honduras

Da Agência Senado

Senadores e deputados que integram a representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) estão reunidos na manhã desta segunda-feira (19) em Montevidéu com o embaixador do Brasil junto ao Mercosul e à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), Regis Arslanian, para discutir a situação política em Honduras. Entre os assuntos em pauta consta ainda o fim da dupla cobrança de tarifas no Mercosul.

Em entrevista antes do café da manhã com os parlamentares, Arslanian disse ser difícil a negociação para a eliminação da dupla cobrança, mas fundamental para o Mercosul. Conforme explicou, a busca de entendimento sobre o tema começou em 2004 e a negociação está baseada em três pilares: a elaboração do Código Aduaneiro, que está quase concluída; a interconexão informática de todas as alfândegas do bloco, o que já está pronto; e a redistribuição da renda, ponto sobre o qual ainda não há acordo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sarney atribui crise a sua luta política e à vontade de enfraquecer Lula

Priscilla Mazenotti
Da Agência Brasil
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou hoje (11) que a crise enfrentada pela Casa se deve à sua "luta política" e à intenção de enfraquecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sarney disse que nunca foi acusado de nada e que tem a consciência tranquila.

Pelo fato de minha luta política ter algum peso na sucessão, desencadeou-se essa crise para enfraquecer o presidente da República. Não posso senão resistir e ser firme, com a certeza de minha consciência e da lisura no trato com as coisas administrativas. A coisa mais grave de que me acusam é de que eu tinha pedido para nomearem o namorado da minha neta", disse.

Se não fiz qualquer coisa de errado ao longo de minha vida pública, não esperaria 55 anos para fazer agora. Nunca me meti em qualquer coisa errada", acrescentou. Sarney fez as declarações ao receber a visita de políticos do Amapá, que vieram prestar solidariedade ao senador.
UOL Celular

terça-feira, 28 de abril de 2009

Representação brasileira no parlamento do Mercosul aprova adesão da Venezuela

18/02/2009 - 17h44

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A representação brasileira no parlamento do Mercosul aprovou nesta quarta-feira a adesão da Venezuela ao bloco econômico. Por nove votos a quatro, os deputados e senadores que integram a representação avaliaram que o país presidido por Hugo Chávez deve integrar o Mercosul --mesmo após sucessivas críticas ao país por ter aprovado referendo que autoriza reeleições sucessivas ao chefe de Estado.

O Senado vai dar a palavra final sobre a adesão da Venezuela no bloco econômico. Depois de aprovado pela representação, a matéria segue para análise da Comissão de Relações Exteriores da Casa. A última etapa do processo é o plenário do Senado, que vai decidir sobre o ingresso do país no bloco em caráter definitivo. A Câmara já aprovou a adesão da Venezuela ao Mercosul no final do ano passado.

A oposição fez duras críticas à entrada da Venezuela no Mercosul com o argumento de que o país não exerce a democracia ao perpetuar seu presidente no poder. "Vamos trazer para o nosso seio alguém que luta pela discórdia, faz sanções comerciais apenas naquilo que lhe interessa?", questionou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que deve ser escolhido presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, criticou a Venezuela ao afirmar que a alternância no poder é uma das principais características da democracia --em referência ao referendo aprovado pela população que beneficia Chavez.

"O atual presidente fala pelo governo com características plenipotenciárias. A alternância no poder deve ser preservada na democracia", disse Azeredo.

Em defesa da Venezuela no Mercosul, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que o país não pode ser punido porque tem Chavez no poder. "Não vamos excluir, construir uma cultura de guetos. Temos que dar um passo definitivo para a integração regional", disse.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), também favorável à Venezuela, afirmou que "o mais importante é que o presidente Chavez passa, mas o país fica" no bloco econômico. "Se votarmos contra, isso vai atrasar a nossa integração regional. O nosso objetivo não é só trazer a Venezuela, mas firmar parcerias com o pacto andino", disse Simon.